terça-feira, 9 de dezembro de 2008

AMOR ALIMENTO DIVINO - HUGO ALVARENGA NOVAES




Lembremo-nos das sábias palavras de Jesus, quando, no deserto, depois de ter jejuado
por quarenta dias, afirmou que o homem não viverá apenas de pão. (Mateus, 4:4.)
Com isso, Ele quis nos mostrar que são mais importantes os alimentos espirituais que os materiais.
Sem dúvida alguma, o amor encabeça a lista destes últimos nutrientes.
O divino Nazareno nos mostra, em suas palavras, que o amor é condição sine qua non para que
obtenhamos grandes venturas. O mandamento maior (Mateus, 22:37-40) concita-nos a fazer o bem.
Quem realmente ama a Deus acima de tudo reconhece que todos os dias foram feitos iguais para
servir ao semelhante: ama ao próximo como a si mesmo, honra pai e mãe, não mata, não comete
adultério, não levanta falso testemunho e não cobiça coisa alguma de quem quer que seja.
O meigo Mestre galileu deixou lição inesquecível, quando asseverou ao fariseu orgulhoso que amar a
Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo é um mandamento que exprime muito bem toda a lei de
Moisés e tudo o que disseram os profetas.
Com certeza o amor é o maior sustentáculo dos seres humanos.
Semelhante aos alimentos materiais, que são fontes de energia imprescindíveis para a manutenção
das funções vitais das criaturas, o amor, indiscutivelmente, é o principal nutriente para o Espírito.
Quanto mais nos enriquecermos de valores morais, mais próximo estaremos de Deus.
O Divino Rabi não nos preceituou que “amássemos uns aos outros” (João, 13:34) objetivando
apenas a caridade material. Recomendava-nos, de igual maneira, que nos alimentássemos mutuamente
de simpatia e fraternidade, que são os grandes patrimônios do “amor profundo” e que, indubitavelmente,
nos sustentam a alma.
Este último sentimento é o pão divino, nutriente sublime dos corações.
Se o “amor do próximo” é a base da caridade, “amar os inimigos”(Mateus, 5:44) é a mais excelsa
“aplicação desse princípio, porquanto a posse de tal virtude representa uma das maiores vitórias
alcançadas contra o egoísmo e o orgulho”. (Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo, cap.
XII, item 3.)
O amor é lei da vida. Se não houvesse amor, nada faria sentido, pois só existimos porque Deus nos
sustenta com o seu amor.
“ Bu s q u e m o s , então, meditar sobre o que temos e o que não temos, sobre quem somos
e sobre quem não somos, a respeito do que fazemos e do que não fazemos, guardando a
convicção de que sem Amor – Alimento a presença do amor naquilo que temos, no que fazemos e no que somos,
estaremos imensamente pobres, profundamente carentes, desvitalizados.
A inteligência sem amor nos faz perversos. A justiça sem amor nos faz insensíveis e vingativos.
A diplomacia sem amor nos faz hipócritas. O êxito sem amor nos faz arrogantes. A riqueza
sem amor nos faz avaros. A pobreza sem amor nos faz orgulhosos. A beleza sem amor nos faz
ridículos. A autoridade sem amor nos faz tiranos. O trabalho sem amor nos faz escravos. A simplicidade
sem amor nos deprecia. A oração sem amor nos faz calculistas. A lei sem amor nos escraviza.
A política sem amor nos faz egoístas. A fé sem amor nos torna fanáticos. A cruz sem amor se
converte em tortura. A vida sem amor... Bem, sem amor a vida não tem sentido...” (Fonte: CD Momento
Espírita, volume 7, faixa 3.)
Paulo demonstra que compreendera exatamente os ensinos e exemplos do Cristo ao afirmar que
mesmo quando ele falasse a língua dos anjos, conhecesse toda a ciência, conseguisse transportar os
montes, repartisse seus bens ou entregasse o próprio corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada
disso lhe aproveitaria. (I Coríntios,13:1-7.)
Tenhamos, assim, como via por excelência de nossa elevação moral e espiritual, a prática do amor,
da caridade como Jesus a entendia: benevolência para com todos, indulgência para com os erros
alheios, perdão das ofensas.


Março 2008 • Reformador 115 37

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